Compreendendo o Conceptualismo de Abelardo: Uma Breve e Esclarecedora Guia

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A perspectiva de Abelardo é frequentemente rotulada como "conceptualismo", que postula que os universais são conceitos lógicos e ideias existentes na mente. No entanto, essa etiqueta não captura por completo sua posição refinada, que pode ser vista como uma mistura de nominalismo e realismo. Abelardo argumenta que a origem dos universais deve residir nas coisas que eles representam, por dois motivos principais: 1.

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Os universais não podem ser criados do nada pela mente humana; 2. Eles também não surgem da forma material das palavras. Portanto, a única explicação plausível é que os universais emergem da realidade externa.

Ele afirma que os universais expressam o "estado" compartilhado por muitas coisas, um estado sendo o modo de existência que não pode existir independentemente das próprias coisas. Esse estado não é a substância universal reivindicada pelos realistas. Por exemplo, na declaração "Sócrates é um homem", a frase "é um homem" descreve o estado de existência de Sócrates, em vez de se referir a qualquer essência inerente.

No que diz respeito à forma como a mente adquire conhecimento sobre os universais, Abelardo sugere que eles estão ligados a impressões gerais na mente, que são percepções sensoriais do mesmo ou de estados de existência semelhantes das coisas. Ele explica que entender um universal envolve "imaginar um objeto comum e vago de muitas coisas.

" Essa compreensão é resultado da influência das coisas externas na mente, distinta das impressões nos sonhos ou na imaginação. Também difere de conceitos puramente especulativos como "razão" ou "paternidade", pois está fundamentada na experiência sensorial. Abelardo refere-se à impressão correspondente ao universal como "opinião.

"

Essa discussão aborda a natureza dos universais. Além das questões de Porfírio, Abelardo introduz uma quarta questão: O universal é um nome para uma realidade universal, e seu significado reside em indicar coisas? Sua resposta é multifacetada: 1. Apenas as coisas individuais são entidades independentes; os universais não são entidades e não denotam entidades fora dessas entidades individuais; 2.

Como substantivos, os universais são tangíveis, mas seus significados como substantivos são intangíveis, embora haja impressões mentais deles; 3. O estado comum expresso pelos universais existe nas coisas sensíveis, mas a maneira como os universais capturam esse estado é através do intelecto, manifestando-se como impressões gerais na mente; 4.

As coisas individuais são a causa dos universais, mas, uma vez formados, os universais se tornam impressões mentais independentes. Mesmo que as coisas individuais desapareçam, essas impressões persistem. Por exemplo, na frase "Não há rosas aqui", a palavra "rosas" não se refere a rosas reais, mas à impressão mental, que permanece significativa mesmo sem os objetos físicos correspondentes.

Em suma, Abelardo sustenta a visão nominalista de que os universais são termos gerais, enquanto não descarta completamente a noção realista de que os universais correspondem à generalidade externa. Seu conceptualismo representa um nominalismo equilibrado e moderado.

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